- Vida simples ou simplicidade voluntária: Para Thoreau é “sugar todo o tutano da vida e se defrontar apenas com os fatos essenciais da existência, para aniquilar tudo o que não é vida, e para, quando morresse, não descobrisse que não tinha vivido!”. Já Duane Elgin define como sendo “uma maneira de viver exteriormente mais simples e interiormente mais rica, um modo de ser no qual nosso eu mais autêntico é posto em contato direto e consciente com a Vida” [Duane Elgin]. Na concepção de Elgin, simplicidade voluntária não tem nada a ver com pobreza, pois esta é debilitante, degradante e quase sempre imposta, não se trata de escolha.
- Minimalismo: Para Leo Babauta “é simplesmente se livrar de coisas que você não usa ou precisa, criando um ambiente organizado e uma vida simples, despojadamente simples. É viver sem uma obsessão com coisas materiais ou uma obsessão em fazer tudo e muita coisa”. Já para Joshua e Ryan (The minimalists), minimalismo “é uma ferramenta utilizada para se livrar dos excessos da vida em favor de se concentrar no que é importante para que você, de modo que possa encontrar satisfação, felicidade e liberdade”.
- Frugalidade: Para Joe Dominguez e Vicki Robin, “é equilíbrio. Ser frugal é usar adequadamente, administrar sabiamente o dinheiro, o tempo, a energia, o espaço e os bens materiais. A frugalidade é algo assim: não é demais e não é muito pouco, é adequado. É o suficiente”.
Resumindo, vida simples e simplicidade voluntária são sinônimos e defino como sendo um esforço deliberado para apartar de nossa vida toda a complicação desnecessária. Esse esforço é feito de forma consciente, com o intuito de equilibrar aspectos interiores e exteriores do ser humano, em busca de um propósito de vida gratificante e sustentável. Desse esforço resultará, inevitavelmente, a frugalidade, ou seja, a utilização adequada de nosso dinheiro, tempo, energia e recursos. A frugalidade está diretamente relacionada com economia financeira e o uso adequado (até o desgaste ou o compartilhamento) de seus bens materiais. Esse estilo de vida está preocupado em promover uma vida mais sustentável, tanto do ponto de vista social como econômico e ecológico. Já o minimalismo, parece uma variante, talvez inconsciente, dessa vida simples, ou uma releitura feita pelos jovens da geração y.
Portanto, não há grandes diferenças conceituais entre a simplicidade voluntária e o minimalismo comportamental, ambos os conceitos buscam, na realidade última, um jeito alternativo de viver a pós-modernidade sem ser reféns de um consumismo desenfreado e insustentável. Essa busca consiste na valorização daquilo que é essencial para o ser humano, seja lá o que esse essencial signifique para cada um, mas que normalmente tem a ver com liberdade, felicidade, satisfação e simplificação da vida. Enquanto a simplicidade voluntária faz mais sentido para os mais velhos, o minimalismo instiga e inspira os mais novos e a frugalidade resgata o bom senso… de um jeito ou de outro, a língua que se fala e os resultados que se buscam são quase os mesmos: menos complicação, mais vida.
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